De quem quer ver 2011 "pelas costas"

Aguardava  ansiosamente que o ano terminasse o quanto antes. Ano que lhe trouxera tanto pesar, tanta dor, tanto sofrimento...
Afirmava para si e para quem quisesse ouvir: “_ Que ano duro, talvez tenha sido mesmo o pior ano de toda minha vida, um ano que sem sombra de dúvida, não deixará nenhuma saudade!”
Passados os momentos finais  das férias e dos festejos do carnaval, (assistia, quando muito, aos desfiles das escolas de samba) e pronto, começou seu martírio!
A dor que atormentava sua alma manifestou-se por vários caminhos, fazendo surgirem sintomas cada vez mais complexos e mais diversos. Quem não conhecesse sua natureza sensível, de certo julgaria ser “frescura”, “vontade de chamar atenção”, mas seu sofrimento era tão intenso, que não dava mesmo para esconder, “vazava” por todos os poros! Seu semblante denunciava sua tristeza...
Um vazio existencial pulsava dentro de si, arrastando uma sensação de fracasso, de tempo perdido.
Mas o que estaria acontecendo afinal? Qual seria a razão de estar se isolando e por qual motivo não sorria fácil, como tantas pessoas fazem disfarçando suas dores por trás de uma máscara de felicidade?
Mas uma companhia desejava cada vez mais, aquela com quem sempre poderia contar em qualquer circunstância e que também naquele ano, foi  um bálsamo de Deus!
Quando não estava diante dessa pessoa incrível, ou ao menos falando com ela por telefone, sentia-se muito só e apenas a insegurança era sua companhia.
A família muitas vezes não compreendia, achava que estava exagerando se reclamasse de algo, ou que  seu silêncio era uma afronta! E assim os dias passavam, os meses iam e vinham...
Chegou seu aniversário e sua alma estava amargurada, triste e com a sensação de que naquele ano “não havia nada a comemorar”. E se perguntava como poderia estar “feliz e radiante”  com mudanças que surgiam à revelia em sua vida. E que eram mudanças que chegavam sem que tivesse tempo para tomar fôlego, vinha uma atrás da outra e era curto o tempo para adaptar-se.
A cada mudança imposta por circunstâncias da vida, aumentava a sensação de perda: amigos que se afastavam, a saúde ainda mais debilitada e ameaçada por “novidades” também crônicas.
Claro que também teve momentos agradáveis, embora não tenham sido de maior peso na balança.
É, talvez o ano não tenha mesmo sido de todo ruim, mas mesmo assim, que bom que está acabando!





Nenhum comentário: